Amanda Burgues é de Caruaru, no agreste de Pernambuco. Quem vê hoje sua dedicação no mundo fitness talvez não imagine as dores e desafios que ela já enfrentou — e que, de certa forma, ainda enfrenta. Sua história com a musculação começou há seis anos, não por estética, mas por necessidade.

Ela passou por um período crítico de saúde, em que sentia tonturas constantes, chegava a desmaiar e, em certos momentos, sequer conseguia ficar em pé. Foi nesse ponto que decidiu procurar ajuda, e encontrou na academia uma saída que, aos poucos, se tornaria parte essencial da sua vida.
Mas o motivo mais profundo não estava só na saúde física. Amanda pesava 42 quilos e convivia diariamente com críticas, olhares e comentários que machucavam. “Era julgada o tempo todo. Me sentia frágil, insegura. Foi aí que decidi mudar. E essa mudança foi por mim”, conta.

A musculação passou a ser mais do que um treino. Era também um processo de cura, de reconstrução emocional, de reencontro com a própria identidade. E foi justamente esse refúgio que voltou a salvá-la recentemente, quando a vida colocou mais uma vez sua força à prova.
Depois de quase seis anos de casamento, Amanda descobriu que estava grávida. Mas, em vez de apoio, recebeu o abandono. O relacionamento chegou ao fim no momento em que ela mais precisava. A gestação, que deveria ser motivo de alegria, veio acompanhada de complicações, dores e solidão. “Foi um período escuro, uma treva densa. Eu estava arrasada, tentando entender tudo sozinha. Mas tem coisas que a gente simplesmente não entende”, desabafa.
Infelizmente, o bebê não resistiu. E mais uma vez, Amanda se viu obrigada a recomeçar — do zero. Mesmo em meio à tristeza, encontrou na musculação o mesmo apoio de antes. Retornou para os treinos com mais foco, mais entrega e com uma força que só quem passou pela dor é capaz de entender.


“Hoje estou muito mais centrada. A musculação me ajudou de novo. E agora tenho certeza de que não é só um esporte. É apoio, é escape, é resistência emocional. É o que tem me segurado nos dias difíceis.”
A história de Amanda não é sobre vitórias fáceis. É sobre resistência. Sobre aprender a cuidar de si mesma quando tudo desmorona. Sobre levantar da queda com mais força. E, principalmente, sobre entender que o recomeço também é um lugar bonito — mesmo quando começa em meio à dor.